Cada década foi marcada pelos feitos da sua juventude. Há décadas os jovens tem sido protagonistas das mudanças que ocorrem em diversos setores da sociedade e no século XXI não seria diferente. Somos a geração mais conectada e interligada da história. Por meio de celulares, tablet’s e computadores aprendemos a estabelecer contatos em rede, a nos organizarmos, a nos emanciparmos e a exercermos a nossa cidadania. Mas nem sempre todos possuem acesso às mesmas oportunidades, cabendo ao Estado o papel de criação de politicas para uma população que tem sede de conhecimento e cultura. E é pensando nessa camada social que o Governo do Estado de Minas Gerais criou diversos programas nos últimos anos, como o Poupança Jovem, o Plug Minas e o Centro de Referência da Juventude sendo algumas delas alvo de criticas geradas ou por falta de conhecimento, ou por má fé política.
O CRJ surgiu como um espaço multiuso que garanta ao jovem a oportunidade de estudar e se manifestar por meio de atividades ligadas às artes, cultura, culinária, comunicação, empregabilidade e aos esportes, além de ser um espaço de articulação das políticas voltadas para a juventude de todo o estado. Inspirado no Centro Cultural da Juventude, a iniciativa mineira tem como objetivos:
- Promover atividades de cultura, lazer, esporte, educação, formação profissional, dentre outras, voltadas para o público de 15 a 29 anos;
- produzir e divulgar informações de interesse do público jovem;
- ampliar a formação, o conhecimento, as oportunidades e as habilidades que auxiliem na inserção social dos jovens;
- articular-se com entidades e instituições ligadas ao universo da juventude, bem como integrar e apoiar iniciativas locais.
A escolha da Praça Ruy Barbosa como local de construção do centro se articula com uma série de iniciativas da Prefeitura de Belo Horizonte com o Governo do Estado de Minas Gerais que buscam revitalizar a região do baixo centro. A sua localização também permite que pessoas de toda a RMBH tenham acesso fácil ao centro, uma vez que ele está próximo ao metrô, às futuras estações do BRT e de pontos de diversas linhas de ônibus.
O prédio de 5.625m² utilizará recursos sustentáveis e terá a sua estrutura projetada para que ela seja o mais acessível possível. Ele busca se integrar com os projetos de revitalização da região preservando e restaurando a fachada da primeira grande indústria têxtil de Belo Horizonte. Os dois pavimentos do prédio contarão com teatro de arena, biblioteca, auditório, cozinha experimental e academia para deficientes físicos, além de uma unidade do BH Resolve, da PBH, e o Observatório da Juventude, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude.
O Centro de Referência da Juventude busca ser um espaço multiuso e dinâmico. Por meio de editais públicos de ocupação e projetos planejados pelo governo, o centro poderá ser utilizado para atividades que vão desde a gravação de álbuns de música independentes até a apresentação de peças de teatro. Essa flexibilidade busca se adaptar a uma realidade onde a juventude é cada vez mais dinâmica e criativa, buscando sempre se reinventar. Mesmo sendo um projeto de referência na RMBH, o CRJ sofre três grandes críticas:
- O espaço não harmoniza com a região e/ou é feio.
- O CRJ irá centralizar as políticas de juventude em um momento onde se busca descentralizar as ações no governo.
- O centro foi criado sem que existisse um diálogo com a sociedade.
Deve-se lembrar que nenhuma obra na cidade é tocada sem a aprovação do Conselho do Patrimônio Público de Belo Horizonte. Com o CRJ não foi diferente, e a sua aprovação se deu em uma reunião que contou até com a presença do vereador do PT Arnaldo Godoy. Discordar do projeto arquitetônico é uma questão de gosto, uma vez que existe a preocupação em “integrar o novo com o antigo”, por meio da preservação de parte da antiga estrutura do terreno e possui um projeto paisagístico que se integra com a Praça Ruy Barbora. Além disso, o Centro de Referência da Juventude é um projeto cuja demanda surgiu dentro da Conferência Estadual da Juventude de 2011, sendo o seu projeto apresentado no ano seguinte e as obras iniciadas em 2013.

O CRJ é o primeiro passo de uma política estadual voltada para a juventude.
Outro ponto importante se refere a uma “centralização” das politicas para a juventude por parte do governo mineiro: O CRJ surge como o primeiro passo de um projeto para a juventude que irá alcançar todo o estado de Minas Gerais com a construção de um centro em cada região do estado entre 2015 e 2018 e a criação de vários outros espaços semelhantes até 2026. Esses centros serão interligados por meio de uma rede de trocas de saberes e experiências. A escolha da RMBH é estratégica, por ser a região onde ¼ dos jovens mineiros vivem. É uma população que exige um olhar diferenciado do poder público e que graças ao Centro de Referência da Juventude terá mais uma oportunidade de às politicas desenvolvidas para a juventude do Governo de Minas.
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